Acorda amor, que lhe mostro
sem cautela e prescrição
uma poesia ululante,
uma poesia sem conservante.
Ela grita o tempo,
a digestão dos fatos,
as pessoas nas ruas,
o amor infindo,
o beijo e o sorriso.
Sobretudo a despedida.
Ela pede calma.
A precisão do aconchego
é muita e meu coração
condescendente à paixão.
Uma paixão leve
do brilho nos olhos.
Lê uma poesia
sem data de validade,
que seja intermitente
e tenha o sabor dos séculos:
um amarelado de tempo
sem que, no entanto, cheire
ao mofo da estratosfera lírica,
nem seja previsível
e imediata nos sentidos.
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